Para não esquecer...

O LIVRO DO CAVACO E OS NÃO FACTOS


Cavaco Silva entendeu escrever um livro sobre os seus dez anos na presidência. Nada de mal. Mas, como todos os manhosos, não exibe uma ideia, sobretudo do que ele entende ser os superiores interesses do país, interesses esses por que pautou a sua vida política (ele diria pública). Eu penso que, na nossa democracia, os superiores interesses do país seriam os explanados na Constituição, uma vez que nela são consagrados alguns princípios programáticos importantes, tais como o direito à habitação, saúde e educação. Mas desconfio de que não são esses os princípios por que o homem se pauta, sei lá, digo eu.

Ao folhear o índice, chamou-me a atenção um dos capítulos que diz A FALTA DE BOM SENSO DE UM MINISTRO (pág. 203 a 207). Pensei que iria aqui ter acesso àquilo que seria o exemplo dos princípios por que se pautava o Sr e indicasse factos que poderiam indiciar tais princípios. Primeiro pergunta a Sócrates a sua posição sobre o sector agrícola. Sócrates falou mal do governo anterior por causa das medidas agroambientais. Sócrates deu instruções ao ministro, Jaime Silva, para deixar de criticar o governo anterior. Mas havia animosidade entre o ministro e a CAP.

Tudo espremido, nem uma ideia, nem um facto sobre a falta de bom senso, a não ser que o ministro teria chamado de direita à CAP (redonda mentira, como se sabe). Lá para o fim, fala de perda de fundos da União Europeia por causa da incompetência do ministro. Foi só.

Esta posição manhosa, sem se comprometerem, é próprio destes políticos ranhosos e cobardes. Vou ainda consultar alguns capítulos. Sim, não irei ler o livro de seguida, por uma questão de higiene.

De folhear o livro, parece-me que a ideia geral do homem é que haja harmonia na família portuguesa e não truculências. Acho que já conhecemos a ideia…

Há uma coisa que quero dizer. Acho que não terá mal uma pessoa contar a sua história enquanto governante, mesmo que seja umas pseudomemórias.

escrito por Carlos M. E. Lopes

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